A partir daí todas as flores murcharam no drama melancólico deste jovem. Sim, havia completado 21 anos, e apesar de tudo que conquistara até à data, a sua vontade era de acabar com o peso da verdade, aquele que o amarrara às entranhas do habitual desconhecido.
No entanto, este episódio fizera-o pensar no destino do seu fim. Aquela reflexão profunda era agora ultrapassada por uma figura inultrapassável, olhar seguro e força própria que usa e transmite à sua volta.
“Devo lutar?”
Na persistência estava a busca da razão primária da existência mas com ela tudo é diferente. No fundo, para cada um de nós existe o particular da generalidade das ambições.
“Espero ou procuro?”
Eurico mostra agora a apatia reveladora da indecisão do momento. Ao menos isso retirou-lhe todo o dramatismo melancólico que o assolava.
- Eurico, vais ficar aqui comigo nos próximos dias.
- Não posso Senhor Padre, tenho o rebanho.
- Ainda há minutos deixavas tudo, até os teus animais!
- Há bocado falou-me da luz ao fundo do túnel, vi-a.
O pastor desata a correr sem destino. O pároco, de mãos na cabeça, ainda pensa em acudir aos que passavam na rua. Não o fez, pois ele é um enviado do Senhor, estará protegido durante a sua vida… e morte.
Corre, corre e vai correndo até acabar por correr de novo. Corre. E pára.
O sol raia agora em todo o seu esplendor. Está agora à porta da Quinta do Fausto. Construída por Fausto I, seguiu toda a dinastia, única, até Fausto LXI, o último dos faustosos.
Agora quem lá vive é o Comandante.
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